Nossas Perguntas e Respostas serão direcionadas aos problemas enfrentados na APS dos municípios de Minas Gerais.
Coronavírus: Os coronavírus são um grande grupo de vírus. Consistem em um núcleo de material genético cercado por um envelope com espículas de proteínas. Os primeiros coronavírus humanos foram isolados em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
COVID-19: A doença causada pelo SARS-CoV-2 foi chamada de COVID-19, uma sigla que vem do inglês COronaVIrus Disease, do ano de 2019. Quando a referência for à doença, utilize COVID-19, precedida por artigo feminino, caso necessário. Exemplo: A (doença) COVID-19 já matou mais de 2.500 pessoas na Itália.
Sars-CoV-2: O novo coronavírus, com o qual estamos lidando agora, pela semelhança genética com o coronavírus da SARS de 2003, recebeu o nome SARS-CoV-2. Quando estiver se referindo ao vírus, escreva o SARS-CoV-2, o coronavírus ou o novo coronavírus. Exemplo: “Mais de 290 pessoas estão infectadas pelo novo coronavírus no Brasil”.
* Cabe destacar que o CID 10 – o código para registro de casos, conforme as definições – será U07.1. Infecção pelo novo Coronavírus (COVID-19).
Bibliografia:
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Plano de contingência da FIOCRUZ diante da pandemia da doença pelo SARS-Cov-2 (COVID-19). Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2020. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/plano_de_contingencia_covid19_fiocruzv1.3_30032020_merged.pdf.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto do novo coronavírus constituía uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) – o mais alto nível de alerta da Organização, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional.
Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia. O termo “pandemia” se refere à distribuição geográfica de uma doença e não à sua gravidade. A designação reconhece que, no momento, existem surtos de COVID-19 em vários países e regiões do mundo. Portanto, o termo pandemia é usado quando uma epidemia - grande surto que afeta uma região - se espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa.
Bibliografia:
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Plano de contingência da FIOCRUZ diante da pandemia da doença pelo SARS-Cov-2 (COVID-19). Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2020. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/plano_de_contingencia_covid19_fiocruzv1.3_30032020_merged.pdf.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
A transmissão pode ocorrer em dois cenários, local e comunitária ou sustentada. Sendo:
Local: São casos de pessoas que se infectaram e não estiveram em nenhum país com registro da doença COVID-19, no entanto, tiveram contato com outro paciente infectado que trouxe o vírus de fora do país (caso importado).
Comunitária ou sustentada: São casos em que não é possível identificar as fontes de transmissão da doença. Esse tipo de transmissão sugere circulação ativa do vírus na comunidade.
A transmissibilidade dos pacientes infectados por coronavírus é de, em média, sete dias após o início dos sintomas. No entanto, dados preliminares sugerem que a transmissão da COVID-19 pode ocorrer já no período de incubação, ou seja, até mesmo antes do aparecimento de sinais e sintomas. O período de incubação é o tempo entre a infecção da pessoa pelo vírus e o início dos sintomas da doença. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no caso da COVID-19, esse intervalo varia de 1 a 14 dias. 5 DIAS é o período médio de incubação da COVID-19
Essas estimativas estão sendo atualizados à medida que se tem mais dados sobre a doença.
Bibliografia:
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Plano de contingência da FIOCRUZ diante da pandemia da doença pelo SARS-Cov-2 (COVID-19). Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2020. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/plano_de_contingencia_covid19_fiocruzv1.3_30032020_merged.pdf.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
São orientações importantes:
- A distância mínima entre os membros da casa deve ser de 1 metro;
- As janelas do quarto utilizado para o isolamento devem ficar abertas sempre que possível;
- A porta do quarto deve ficar fechada durante todo o isolamento;
- A maçaneta da porta deve ser desinfetada frequentemente com álcool 70º ou solução de água sanitária;
- O lixo do membro da família que está em isolamento deve ser separado do lixo dos demais moradores;
- Após usar o banheiro, higienizá-lo com álcool 70º ou solução de água sanitária;
- Não compartilhar objetos pessoais de higiene e alimentação, como prato, copos e talheres;
- Se a casa tiver somente um quarto, os demais moradores devem ficar na sala;
- Os móveis da casa devem ser desinfetados frequentemente com álcool 70º;
- Sempre que precisar ir ao banheiro ou cozinhar, o paciente deve usar máscara, cobrindo boca e nariz, o tempo todo e lavar bem as mãos, antes e após;
- Todos os moradores da casa também devem realizar isolamento por 14 dias.
Bibliografia:
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Plano de contingência da FIOCRUZ diante da pandemia da doença pelo SARS-Cov-2 (COVID-19). Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2020. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/plano_de_contingencia_covid19_fiocruzv1.3_30032020_merged.pdf.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Protocolo de manejo clínico do coronavírus (COVID-19) na Atenção Primária à Saúde - versão 9. Brasília: Ministério da Saúde, maio de 2020. Disponível em: <https://www.sbmfc.org.br/wp-content/uploads/2020/05/PROTOCOLO_COVID_APS_MAIO-2020.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
A Unidade Básica de Saúde (UBS) deve se organizar para:
1) Identificar os casos com sintomas de Síndrome Gripal já na recepção, evitando o contágio dos profissionais de saúde e demais pacientes (todo paciente considerado caso suspeito de Síndrome Gripal será abordado como caso suspeito de COVID-19);
2) Realizar a recepção, espera e isolamento dos casos supeitos de COVID-19 preferencialmente em áreas externas à UBS ou em tendas, com definição de porta de entrada distinta e totalmente independente para aqueles que necessitarem de atendimento de urgência no interior da UBS;
3) Limitar o acesso à área interna comum da UBS a pacientes sem sintomas respiratórios agudos, cuja demanda de cuidados de saúde não possa ser atendida na área externa;
4) Evitar manipulação desnecessária dos usuários (não realizar aferição de sinais vitais ou qualquer rotina de manuseio dos usuários em pré-consulta pelo técnico de enfermagem/ACS);
5) Usar EPI;
6) Realizar desinfecção frequente com álcool 70º das cadeiras em que os usuários sentam e dos locais de atendimento;
7) Classificar o caso suspeito e estratificar gravidade;
- Nos casos leves, realizar o manejo terapêutico e isolamento domiciliar;
- Nos casos graves, estabilizar e encaminhar imediatamente ao serviço de urgência;
- Vigilância local de saúde: É responsável pela notificação, prevenção comunitária e vigilância ativa.
Bibliografia:
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Plano de contingência da FIOCRUZ diante da pandemia da doença pelo SARS-Cov-2 (COVID-19). Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2020. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/plano_de_contingencia_covid19_fiocruzv1.3_30032020_merged.pdf.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Protocolo de manejo clínico do coronavírus (COVID-19) na Atenção Primária à Saúde - versão 9. Brasília: Ministério da Saúde, maio de 2020. Disponível em: <https://www.sbmfc.org.br/wp-content/uploads/2020/05/PROTOCOLO_COVID_APS_MAIO-2020.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
A Unidade Básica de Saúde (UBS) deve:
- Verificar a situação de suprimento dos insumos necessários ao combate da pandemia descritos nos protocolos do Ministério da Saúde;
- Informar à equipe caso haja indisponibilidade de algum recurso e implantar medidas compensatórias;
- Organizar o fluxo de pacientes e preparar o ambiente em conformidade com o preconizado;
- Disponibilizar à equipe as informações sobre a regulação assistencial e unidades de referência para casos graves.
Bibliografia:
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Plano de contingência da FIOCRUZ diante da pandemia da doença pelo SARS-Cov-2 (COVID-19). Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2020. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/plano_de_contingencia_covid19_fiocruzv1.3_30032020_merged.pdf.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Protocolo de manejo clínico do coronavírus (COVID-19) na Atenção Primária à Saúde - versão 9. Brasília: Ministério da Saúde, maio de 2020. Disponível em: <https://www.sbmfc.org.br/wp-content/uploads/2020/05/PROTOCOLO_COVID_APS_MAIO-2020.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
Dada a letalidade muito mais elevada da COVID-19 entre os idosos, devem-se priorizá-los para o atendimento. Pessoas com doenças crônicas e deficiência, gestantes e puérperas também devem ser priorizadas, de acordo com a seguinte classificação:
- Alta vulnerabilidade: idosos com mais de 80 anos ou pessoas com comorbidades que indiquem acompanhamento por profissionais de centros de referência;
- Vulneráveis: idosos com mais de 60 anos, pessoas com doenças crônicas (hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, câncer, asma), gestantes, puérperas e pessoas com deficiência;
- Risco habitual: demais pessoas atendidas de acodo com a demanda/rotina de acolhimento;
- Consultas eletivas e agendadas: reavaliar possível reagendamento de acordo com cada caso.
Bibliografia:
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Plano de contingência da FIOCRUZ diante da pandemia da doença pelo SARS-Cov-2 (COVID-19). Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2020. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/plano_de_contingencia_covid19_fiocruzv1.3_30032020_merged.pdf.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Protocolo de manejo clínico do coronavírus (COVID-19) na Atenção Primária à Saúde - versão 9. Brasília: Ministério da Saúde, maio de 2020. Disponível em: <https://www.sbmfc.org.br/wp-content/uploads/2020/05/PROTOCOLO_COVID_APS_MAIO-2020.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
Sim. A probabilidade de uma pessoa infectada contaminar mercadorias comerciais é baixa e o risco de pegar o vírus que causa a COVID-19 em um pacote que foi movido, transportado e exposto a diferentes condições e temperaturas também é baixo.
Bibliografia:
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Coronavírus - COVID-19. O que você precisa saber. Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: <https://coronavirus.saude.gov.br/>. Acesso em: 13 jul. 2020.
Antes de viajar e com base nas informações mais atualizadas, seu local de trabalho deve avaliar os benefícios e riscos relacionados a planos de viagens. Evite enviar funcionários com maior risco de doenças graves (por exemplo, pessoas idosas e com condições de saúde como diabetes, doenças cardíacas e pulmonares) para áreas com propagação da COVID-19.
Além disso, as(os) funcionárias(os) que retornarem de uma área com propagação da COVID-19 devem monitorar sintomas por 14 dias e medir a temperatura duas vezes ao dia. Se a(o) funcionária(o) tiver tosse leve ou febre baixa (ou seja, uma temperatura de 37,3 ºC ou mais), deve ficar em casa e se autoisolar. Isso significa evitar contato próximo com outras pessoas (ficar a menos de um metro de distância), incluindo membros da família. A pessoa também deve telefonar para um profissional de saúde ou departamento de saúde pública local, fornecendo detalhes de viagens e sintomas recentes.
Funcionárias(os) também devem ser incentivadas(os) a lavarem as mãos regularmente e a manterem pelo menos um metro de distância de pessoas que estejam tossindo ou espirrando. Devem, ainda, cumprir as instruções das autoridades do local para onde estão viajando. Se, por exemplo, as autoridades locais lhes dizem para não ir a algum lugar, isso deve ser cumprido.
Bibliografia:
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Plano de contingência da FIOCRUZ diante da pandemia da doença pelo SARS-Cov-2 (COVID-19). Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2020. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/plano_de_contingencia_covid19_fiocruzv1.3_30032020_merged.pdf.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Coronavírus - COVID-19. O que você precisa saber. Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: <https://coronavirus.saude.gov.br/>. Acesso em: 13 jul. 2020.
Houve casos de animais de pacientes com COVID-19. Como órgão intergovernamental responsável por melhorar a saúde animal no mundo, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) vem desenvolvendo orientações técnicas sobre tópicos especializados relacionados à saúde animal, dedicados a serviços veterinários e especialistas técnicos (incluindo testes e quarentena).
Existe a possibilidade de alguns animais serem infectados pelo contato próximo com seres humanos infectados. Ainda são necessárias mais evidências para entender se animais podem espalhar a doença. Com base nas evidências atuais, a transmissão de humano para humano continua sendo o principal fator. Ainda é muito cedo para dizer se os gatos podem ser o hospedeiro intermediário na transmissão da COVID-19.
Bibliografia:
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Plano de contingência da FIOCRUZ diante da pandemia da doença pelo SARS-Cov-2 (COVID-19). Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2020. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/plano_de_contingencia_covid19_fiocruzv1.3_30032020_merged.pdf.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Coronavírus - COVID-19. O que você precisa saber. Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: <https://coronavirus.saude.gov.br/>. Acesso em: 13 jul. 2020.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Coronavírus - COVID-19. O que você precisa saber. Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: <https://coronavirus.saude.gov.br/>. Acesso em: 13 jul. 2020.
O Fluxo Fast Track é um fluxo de atendimento que visa minimizar a exposição dos profissionais de saúde e usuários ao novo coronavírus, proporcionando um atendimento mais ágil, coerente e de acordo com o quadro clínico.
O Fluxo Fast Track prevê:
Priorizar o atendimento de pessoas com perfil de vulnerabilidade > Estratificar usuários com síndrome gripal > Sistematizar o atendimento > Atender na sequência de priorização.
A identificação da gravidade da Síndrome Gripal é a ferramenta primordial para definir a conduta correta para cada caso, seja para manter o acompanhamento do usuário na Atenção Primária à Saúde ou para encaminhá-lo aos centros de referência, urgência/emergência ou hospitais.
Bibliografia:
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Protocolo de manejo clínico do coronavírus (COVID-19) na Atenção Primária à Saúde - versão 9. Brasília: Ministério da Saúde, maio de 2020. Disponível em: <https://www.sbmfc.org.br/wp-content/uploads/2020/05/PROTOCOLO_COVID_APS_MAIO-2020.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
A manipulação de usuários deve ser evitada de forma a reduzir o risco de contaminação das pessoas próximas, mesmo de casos suspeitos. É recomendado restringir o exame físico à classificação de risco, quando recomendada, em uma sala separada e com uso de EPI.
Bibliografia:
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Plano de contingência da FIOCRUZ diante da pandemia da doença pelo SARS-Cov-2 (COVID-19). Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2020. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/plano_de_contingencia_covid19_fiocruzv1.3_30032020_merged.pdf.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Protocolo de manejo clínico do coronavírus (COVID-19) na Atenção Primária à Saúde - versão 9. Brasília: Ministério da Saúde, maio de 2020. Disponível em: <https://www.sbmfc.org.br/wp-content/uploads/2020/05/PROTOCOLO_COVID_APS_MAIO-2020.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
Alguns usuários em estado de urgência poderão ser orientados a procurar o serviço de referência diretamente. Entretanto, alguns casos terão caráter emergencial e terão de ficar em observação na Unidade Básica de Saúde (UBS) até a sua remoção por ambulância.
As medidas de suporte na UBS são:
1. Estabilização da temperatura, o que pode reduzir dor e desconforto;
2. Garantia de oferta de líquidos;
3. Oferta de oxigênio de fluxo livre ou não-invasiva sob pressão, o que pode aliviar o sofrimento respiratório (este é considerado um procedimento gerador de aerossol e requer isolamento e medidas específicas)
Bibliografia: FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Plano de contingência da FIOCRUZ diante da pandemia da doença pelo SARS-Cov-2 (COVID-19). Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2020. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/plano_de_contingencia_covid19_fiocruzv1.3_30032020_merged.pdf.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Protocolo de manejo clínico do coronavírus (COVID-19) na Atenção Primária à Saúde - versão 9. Brasília: Ministério da Saúde, maio de 2020. Disponível em: <https://www.sbmfc.org.br/wp-content/uploads/2020/05/PROTOCOLO_COVID_APS_MAIO-2020.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
1. Suporte e alívio dos sintomas, com medidas farmacológicas e não farmacológicas;
2. Para redução de riscos relacionados ao Influenza, administrar precocemente a medicação antiviral, se indicada, e imunização. Verificar a situação vacinal para gripe (se a pessoa faz parte de algum grupo de risco – gestante, crianças, puérperas e idosos) e vaciná-la se necessário.
3. Prescrição de cuidados para domicílio nos casos leves gripais: repouso, hidratação, alimentação adequada, recomendações de isolamento e higiene, deixar claro que em casos de complicação dos sintomas, como febre, dificuldade de respirar e falta de ar, retornar imediatamente para reavaliação.
Bibliografia:
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Plano de contingência da FIOCRUZ diante da pandemia da doença pelo SARS-Cov-2 (COVID-19). Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2020. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/plano_de_contingencia_covid19_fiocruzv1.3_30032020_merged.pdf.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2020.
A Atenção Primária à Saúde/Equipe de Saúde da Família é a porta de entrada do Sistema Único de Saúde e tem papel fundamental na resposta global à COVID-19. Por isso, o primeiro passo na cascata de manejo da COVID-19 é a identificação de casos suspeitos de Síndrome Gripal. Sugerimos que essa identificação precoce seja realizada na recepção da Unidade Básica de Saúde, seguindo o Fast-Track para Síndrome Gripal apresentado pelo Ministério da Saúde.
O manejo clínico da Síndrome Gripal na APS/ESF difere frente a gravidade dos casos. Para casos leves, inclui medidas de suporte e conforto, isolamento domiciliar e monitoramento até alta do isolamento. Para casos graves, inclui a estabilização clínica e o encaminhamento e transporte a centros de referência ou serviço de urgência/emergência ou hospitalares. A APS/ESF deve assumir papel resolutivo frente aos casos leves e de identificação precoce e encaminhamento rápido e correto dos casos graves, mantendo a coordenação do cuidado destes últimos. A estratificação de intensidade da Síndrome Gripal é a ferramenta primordial para definir a conduta correta para cada caso, seja para manter o paciente na APS/ESF ou para encaminhá-lo aos centros de referência, urgência/emergência ou hospitais.
Dada a letalidade muito mais elevada da COVID-19 entre os idosos (pessoas com 60 anos ou mais), deve-se priorizá-los para atendimento. Além deles, pessoas com doença crônica, gestantes e puérperas devem ter atendimento priorizado. Gestantes e puérperas não tem risco elevado para COVID-19, mas apresentam maior risco de gravidade se infectadas por Influenza.
O manejo diagnóstico e terapêutico de pessoas com suspeita de infecção respiratória caracterizada como Síndrome Gripal, causada ou não por COVID-19, no contexto da APS/ESF inclui:
- Identificação de caso suspeito de Síndrome Gripal e de COVID-19;
- Medidas para evitar contágio na Unidade Básica de Saúde;
- Estratificação da gravidade da Síndrome Gripal;
- Casos leves: manejo terapêutico e isolamento domiciliar;
- Casos graves: estabilização e encaminhamento a serviços de urgência/emergência ou hospitalares;
- Notificação imediata;
- Monitoramento clínico;
- Medidas de prevenção comunitária e apoio à vigilância ativa.
As equipes de APS/ESF poderão utilizar estratégias de teleatendimento na identificação, manejo e acompanhamento de pacientes com sintomas suspeitos de Síndrome Gripal. Foi publicada a Portaria nº 467, de 20 de Março de 2020, que dispõe, em caráter excepcional e temporário, sobre as ações de Telemedicina, com o objetivo de regulamentar e operacionalizar as medidas de enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente da epidemia de COVID-19. Podem contemplar o atendimento pré-clínico, suporte assistencial, consultas, monitoramento e diagnóstico, realizados por meio de tecnologia da informação e comunicação, no âmbito do SUS.
O Ministério da Saúde criou também o TeleSUS, um serviço de atendimento pré-clínico de saúde, que visa amplo esclarecimento da população sobre a doença e quando procurar atendimento presencial. Tem o papel de favorecer o isolamento domiciliar da população potencialmente contaminada ou do grupo de risco (que não possua sinais de gravidade) e de evitar ao máximo o esgotamento dos serviços presenciais de saúde.
Os canais de acesso ao TeleSUS são:
- Aplicativo Coronavírus - SUS, disponível para download gratuito nas principais lojas de aplicativos;
- Chat online, que pode ser acessado pelo site https://coronavirus.saude.gov.br/;
- WhatsApp, enviando um oi para o número (61) 9938 - 0031;
- Ligação gratuita para o telefone 136.
De acordo com cada caso, a pessoa pode ter o diagnóstico de COVID-19 afastado, ser orientada a realizar isolamento domiciliar ou procurar um serviço de saúde para avaliação presencial. Caso seja considerado caso suspeito de COVID-19, a pessoa será acompanhada pelo telefone a cada 24h ou 48h em relação ao seu estado de saúde. Os cidadãos poderão, ainda, receber uma ligação perguntando acerca de seu estado de saúde mesmo que não tenham acessado nenhum dos canais de atendimento.
Os serviços de saúde da APS também podem se valer da estratégia do TeleSUS, orientando os pacientes a entrar em contato através de um dos canais de atendimento. Mais informações em: https://aps.saude.gov.br/ape/corona/telesus.
Por fim, está disponibilizada para todas as equipes na APS do SUS uma ferramenta on-line, o Consultório Virtual de Saúde da Família. Além da oferta de plataforma para realização de teleconsultas, os profissionais receberão treinamento, com manutenção e suporte técnico do sistema 24 horas por dia. Para aderir ao uso da ferramenta, foi adicionado um módulo no e-Gestor AB (https://egestorab.saude.gov.br). O gestor local deverá entrar e adicionar os profissionais que farão uso do Consultório Virtual de Saúde da Família.
Bibliografia:
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo de Manejo Clínico do Coronavírus (Covid-19) na Atenção Primária à Saúde. Versão 9. Brasília, DF: Ministério da Saúde, maio de 2020. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-crianca/atencao-primaria-orientacoes-do-ministerio-da-saude-sobre-covid-19/. Acesso em: 1 jul. 2020.
Os testes para COVID-19 são produtos para diagnóstico de uso in vitro, nos termos da RDC 36/15, e podem identificar: a) anticorpos, ou seja, uma resposta do organismo quando este teve contato com o vírus, recentemente (IgM) ou previamente (IgG); ou b) material genético (RNA) ou “partes” (antígenos) do vírus (RT-PCR).
O diagnóstico laboratorial considerado padrão ouro para a identificação do novo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, continua sendo a RT-PCR em tempo real (qRT-PCR). É o teste definitivo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esses testes moleculares baseiam-se na detecção de sequências únicas de RNA viral, com confirmação por sequenciamento de ácidos nucleicos, quando necessário. Esse tem sido o método de referência no Brasil para confirmar COVID-19 tanto por estabelecimentos de saúde pública como também da saúde suplementar.
Em relação ao teste rápido, como a produção de anticorpos aumenta a cada dia a partir do início da infecção pelo vírus, é preciso que haja uma quantidade mínima de anticorpos que o teste consiga detectar. Este período entre o início dos sintomas e a detecção dos anticorpos em exames é chamado de janela imunológica. Sendo assim, a imunocromatografia para anticorpos (IgM e IgG) é indicada para exames a partir de pelo menos oito dias após o início dos sintomas. A utilização de testes rápidos antes desse período pode levar a resultados negativos mesmo nas pessoas que possuem o vírus e produziram anticorpos, sendo, portanto, um resultado “falso negativo”.
Assim, recomenda-se que tais testes sejam realizados em indivíduos que apresentem ou tenham tido os sintomas da COVID-19 há pelo menos oito dias. Os testes RT-PCR devem ser utilizados quando houver sintomatologia compatível ou necessidade de confirmação da infecção.
Bibliografia:
ANVISA. Testes para Covid-19: perguntas e respostas. Brasília, DF: ANVISA, 2020. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/219201/4340788/Perguntas+e+respostas+-+testes+para+Covid-19.pdf/9fe182c3-859b-475f-ac9f-7d2a758e48e7>. Acesso em 1 de jul. 2020.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo de Manejo Clínico do Coronavírus (Covid-19) na Atenção Primária à Saúde. Versão 9. Brasília, DF: Ministério da Saúde, maio de 2020. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-crianca/atencao-primaria-orientacoes-do-ministerio-da-saude-sobre-covid-19/. Acesso em: 1 jul. 2020.
Para a realização dos testes rápidos para COVID-19, é utilizada uma gota de sangue, colhida por meio da perfuração na ponta do dedo através da utilização de uma lanceta ou agulha. A amostra sanguínea é misturada a um reagente e aplicada em uma lâmina de nitrocelulose, que reage com a amostra e apresenta uma indicação visual em caso positivo.
Os testes rápidos podem ser divididos em duas categorias: os sorológicos, que visam detectar anticorpo específico produzido pelo corpo humano contra o vírus SARS-CoV2, e os que visam detectar antígeno desse vírus. Ambos não devem ser realizados antes do 8° dia de sintomas, pois têm alto índice de resultados falso negativo (janela imunológica).
Os anticorpos do tipo IgM são os primeiros a aparecer no sangue e, por isso, estão relacionados a infecções recentes, presentes em pacientes que podem possuir o vírus. Ainda não se sabe por quanto tempo os anticorpos IgM e IgG para COVID-19 permanecem no corpo. Portanto, mesmo para os anticorpos do tipo IgG, que são produzidos mais tardiamente, a interpretação isolada do resultado do teste rápido não assegura que não haja mais infecção. Ressalta-se que há muita variação, algumas pessoas podem ter altas ou baixas titulação de IgM e IgG, pois dependerá da resposta imune do indivíduo (hospedeiro).
Testes rápidos positivos indicam o contato recente com o vírus (IgM) ou que já teve COVID-19 e está se recuperando ou já se recuperou (IgG), uma vez que indicam a presença de anticorpos (defesas do organismo). No entanto, o teste pode ser positivo indicando o contato com OUTROS coronavírus e não com o SarsCoV-2, causador da COVID-19 (falso positivo).
Por outro lado, há literatura que aponta que a produção de IgM começa a acontecer a partir do 10° dia do contato com o vírus (em média), e a produção do IgG a partir do 15° dia. O IgG permanece por mais tempo no sangue, mas ainda não se sabe por quanto tempo e se confere proteção frente a uma segunda exposição ao vírus.
O ideal é que o teste rápido seja realizado entre o 10° e o 14° dia, em média. Dependendo do teste, a partir do 14º dia sua sensibilidade cai, portanto, há maior chance de dar falso negativo. Ainda há poucos estudos científicos sobre a história natural da COVID-19 e sobre a efetividade dos testes rápidos e há de se observar que cada um tem uma sensibilidade e uma especificidade, que podem variar de acordo com a marca. Por isso, é importante sempre consultar a bula do teste.
Bibliografia:
ANVISA. Testes para Covid-19: perguntas e respostas. Brasília, DF: ANVISA, 2020. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/219201/4340788/Perguntas+e+respostas+-+testes+para+Covid-19.pdf/9fe182c3-859b-475f-ac9f-7d2a758e48e7>. Acesso em 3 de jul. 2020.
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE MINAS GERAIS. Nota Técnica n° 11: Recomendações quanto a realização de testes diagnósticos para Covid-19 aos profissionais de Enfermagem. Belo Horizonte, MG: COREN-MG, 2020. Disponível em: <https://www.corenmg.gov.br/wp-content/uploads/2020/04/Nota-Te%CC%81cnica-11-Testagem-20203.pdf>. Acesso em: 3 jul. 2020
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Acurácia dos testes diagnósticos na ANVISA para COVID-19. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: <https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2020/June/02/AcuraciaDiagnostico-COVID19-atualizacaoC.pdf>. Acesso em: 3 jul. 2020.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo de Manejo Clínico do Coronavírus (Covid-19) na Atenção Primária à Saúde. Versão 9. Brasília, DF: Ministério da Saúde, maio de 2020. Disponível em: <https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-crianca/atencao-primaria-orientacoes-do-ministerio-da-saude-sobre-covid-19/>. Acesso em: 1 jul. 2020.